Carta aberta ao Sr. Loureiro

Caro Sr. Loureiro,

O senhor diz que não gosta de ficção, referindo-se ao que a comunicação social tem escrito em relação ao seu conhecido Apito Dourado. Eu tenho obviamente que discordar, depois de ler a sua fantástica biografia pessoal.

O facto de se ter habituado a estar acima da lei, e agora se ver acossado pela justiça, tem-lhe turvado as idéias. É natural. Mas não se preocupe. A justiça portuguesa ainda não tem a capacidade de o colocar atrás das grades. Por isso relaxe e continue a (até que provado em tribunal) aviar-se e a aviar os seus amigos.

Mas peço-lhe um favor. Cale-se. Tenha dó dos portugueses inteligentes e abstenha-se dos seus cada vez mais deprimentes discursos na comunicação social. Ninguém quer saber as suas opiniões. E já agora uma sugestão. Demita-se. Ajude os jovens portugueses, qualificados, com cursos superiores, no desemprego, e deixe-lhes os tantos cargos que teimosamente ocupa e mal desempenha.

Um bem haja.