O Fadista Madragoa

quinta-feira, junho 16, 2005

Morreu o meu Papa



Morreste Álvaro

Foste-te embora sem ter partido
Definitivo teu gesto de ausência
Para sempre teu corpo, alma e pensamento esquecidos
Por eles coitados que nunca te entenderam

Perdoai-lhes senhor que não sabem o que fazem
Que não sabem o que perdem
Que não sabem o que são
Que correm às cegas de fútil venda nos olhos

Que se matam e se esfolam
Que nunca a ternura entenderam
Que nunca nos outros pensaram
Que nunca de nada prescindiram

Mas nós cá estamos Álvaro
Partilhando tua teimosa luta
Acreditando que as coisas não têm que ser como são
Levantando a voz contra o coro afinado

Álvaro do passe social
Das notas máximas na universidade
Dos direitos dos trabalhadores
Do singelo pullover com berbotos

Nunca foste um político
Sempre foste um idealista
Por isso te agradeço
Por isso te recordo - Obrigado Álvaro
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