O Fadista Madragoa

quinta-feira, junho 30, 2005

Deboche inimaginável I



Esta é a prova que o deboche pode chegar a um ponto tal que se torna absolutamente lógico e credível.

Isaltino Morais não vai desistir da candidatura à Câmara Municipal de Oeiras, apesar de ter sido constituído arguído no tal caso das contas na Suíça. Pois, claro, com a lógica retorcida do "tenho a consciência tranquila", "quem não deve não teme", blá, blá, blá.

Eu sei que as pessoas são todas inocentes até provado que são culpadas. Tem que ser assim. Quer queiramos quer não, a vida num estado de Direito obriga-nos a esta presunção de inocência. E, quer queiramos quer não, temos que aceitar o que os Tribunais determinam em termos de culpa ou inocência.

Mas na política não há culpa e inocência. Há imagem, credibilidade, seriedade, carácter, walk the talk. É isso que sempre se exijiu aos políticos. E estes corruptos disfarçados de políticos que dão a inequívoca imagem de serem corruptos, insistem em achar que o povito quer que eles grandes homens nos sirvam como dirigentes. Prendam estes homens se faz favor.

Porque senão, qualquer dia, a corruptibilidade, passa a ser uma característica abonatória para um candidato a autarca. Parece que estou a ver na televisão ou rádio o seguinte debate:

Candidato 1 - "Povo português, eu fui condenado por vários crimes de corrupção, logo, sou o melhor candidato à Câmara!"
Candidato 2 - "Senhor doutor, isso é uma inverdade, apenas eu detenho as capacidades de ladrão, aldrabão, e chulo, que permitirão ao Município de Fornos de Algodres almejar a grandioso desígnio."

Free Web Site Counter
Free Counter