O Fadista Madragoa

quarta-feira, outubro 12, 2005

Reflexões pós-traumáticas

O meu post referente ao conceito de "cada tiro cada melro" apenas salienta o facto de que, por razões perfeitamente aleatórias, alguns dos últimos posts têm visado aspectos que dizem mais ou menos respeito à vida pessoal de alguns leitores. Sem lógica, sem premeditação. Sem pensar.

Mas não se confunda o sem pensar da escolha de tema com o sem pensar do contéudo!

Eu penso que já exprimi em tempos algumas das minhas idéias no que diz respeito à necessária seriedade dos funcionários públicos no geral e dos autarcas em particular. Para o exercício de cargos públicos eleitos é tão fundamental ser sério como parecer sério. É tão simples quanto isso. É um conceito que os latinos tem alguma dificuldade em entender, mas é um dos pilares da ciência política.

Serão todos os autarcas farinha do mesmo saco? Claro que não. Haverá até alguns que nunca cometeram crimes. Mas há os que os cometem de forma corriqueira. Banal. É o tal caciquismo. A abominável teia de redes de interesses locais que se promove e entreajuda de formas tão "naturais" que não são consideradas crime. Por quem os comete.

Fátima Felgueiras é exemplo disso. A espuma que lhe sai da boca, sai com razão, porque foi de facto abandonada pelo partido e sentiu-se enganada. Roubou para proveito próprio mas acima de tudo para proveito do seu partido. E quando as coisas deram para o torto, o partido puxou-lhe o tapete. Coitada. Mas tem que ir para a prisão pelos crimes que cometeu. Não deve ser eleita. Mais, não deveria haver eleitores que quisessem esta mulher à frente do seu município. Mas há, e isso é revoltante mas acima de tudo preocupante. É sintomático que algo de muito grave se passa na sociedade portuguesa.

Isabel Damasceno meteu uma cunha. O nome técnico penso que é "tráfico de influências". É um crime. Claro que não é tão grave como um homicídio. Mas é o tipo de "indiscriçãozita inocente" que faz com que andemos todos a pagar os salários dos meninos da GALP. Eu pessoalmente prefiro que os meus representantes políticos não metam cunhas.

E não esqueço, nem por um segundo, que até provado o contrário, todos são inocentes.

Não podemos de forma nenhuma condenar os cidadãos Isaltino, Valentim, Fátima e Isabel. Até agora são 100% inocentes. Conhecendo o funcionamento da Justiça portuguesa, assim ficarão.
Mas devemos condená-los como políticos. Não servem para servir o povo. E devemos condenar quem os elege. Ou então mais vale ressuscitar o Salazar e voltar ao feudalismo.
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